
Os sábios da Antiguidade já diziam: “Nenhuma folha seca cairá de uma árvore se não for da vontade de Deus”. Foi sob essa máxima que a prefeita Eliane Dias chegou ao poder. Durante todo o último mandato de Thalita Dias, a expectativa era que a escolhida para sucedê-la fosse a então vereadora Elissandra Dias, que despontava como a preferida para receber a bênção do patriarca Eleomar Dias.
No entanto, em uma reviravolta surpreendente — e não por acaso —, baseada em seu carisma e no bom relacionamento com todos que a procuravam, Eliane Dias conquistou a confiança de Eleomar. Percebendo que a irmã mais velha tinha maiores chances de vitória, ele a lançou candidata à prefeitura de Água Doce, contando com o forte apoio popular. O resultado não surpreendeu aqueles que a conheciam de perto: Eliane saiu vitoriosa e estará à frente do município pelos próximos quatro anos.
Com vasta experiência na gestão pública adquirida ao longo dos 20 anos de comando da família Dias, Eliane passou por diversas secretarias municipais. Em pequenos municípios do Nordeste, as pastas administrativas não possuem total autonomia, e Água Doce do Maranhão não foge à regra. No entanto, isso não impediu que Eliane adquirisse um conhecimento profundo sobre a administração municipal, assumindo o cargo com clareza sobre as ações necessárias para melhorar a qualidade de vida da população.
Um dos desafios históricos da cidade é o hospital municipal, uma estrutura grandiosa construída durante o governo estadual de Roseana Sarney, há mais de uma década. Na época, a população acreditava que aquele investimento representaria o fim do déficit na saúde da região. Afinal, ninguém imaginava que o Estado gastaria milhões na construção de um hospital de grandes proporções sem a intenção de colocá-lo em funcionamento. Entretanto, com o tempo, descobriu-se que esse não era um caso isolado: 80 unidades semelhantes foram erguidas em todo o estado, mas a maioria delas jamais entrou em operação, tornando-se verdadeiros “elefantes brancos”.
Durante a gestão de Rocha Filho (2008-2012), houve uma tentativa de parceria com o governo estadual para viabilizar o funcionamento do hospital. No entanto, com a troca de comando no governo do Maranhão, o acordo foi rompido, e a prefeitura ficou sozinha para arcar com os custos da unidade. O desfecho foi inevitável: com o fim daquele mandato, o hospital fechou as portas e nunca mais foi reaberto. Desde então, tornou-se uma bandeira política frequentemente explorada pelos adversários do grupo de Eleomar Dias, gerando mais debates do que soluções concretas.
Enquanto ocupava o cargo de secretária adjunta de saúde na gestão anterior, Eliane Dias percebeu que a principal queixa da população era a precariedade no transporte de pacientes. As ambulâncias quebravam com frequência, e, apesar da existência de diversos veículos alugados pela prefeitura, parecia que estavam disponíveis apenas para aliados políticos. Isso gerava grande sofrimento para aqueles que precisavam se deslocar para hospitais de maior complexidade.
Nos primeiros três meses de sua gestão, Eliane já solucionou essa questão. Convocou uma reunião com todos os proprietários de veículos alugados para a rede de saúde e organizou uma escala de plantão. Agora, em cada posto de saúde do município, há pelo menos dois carros à disposição da população, garantindo acesso imediato ao transporte em momentos de necessidade.
Na área de infraestrutura, Eliane optou por dar continuidade ao que já estava planejado. Durante a gestão de Rocha Filho, diversas obras foram iniciadas, muitas delas ambiciosas, mas acabaram paralisadas devido à crise econômica do governo Dilma Rousseff. No total, são mais de R$ 10 milhões investidos em projetos que ficaram estagnados ao longo dos anos. Durante o governo de Thalita Dias, essas obras permaneceram inacabadas, mas agora, sob a administração de Eliane, estão sendo reorçadas e serão entregues à população. Entre elas estão quatro escolas-modelo, creches, postos de saúde, praças de eventos e quadras esportivas cobertas. Quando concluídas, essas melhorias proporcionarão uma infraestrutura robusta para o município pelos próximos 15 anos.
Outro grande anseio da população com obras já em andamento, é o asfaltamento da estrada que liga Água Doce ao Monte Judi. São apenas 18 quilômetros, mas sua pavimentação é essencial para integrar o município ao restante da malha rodoviária estadual e nacional. Empreendimento que eleva Água Doce de cidade de “fim da linha” para se tornar um ponto de passagem estratégico, representando um avanço significativo no desenvolvimento local, principalmente na exploração do turismo no Delta do Parnaíba, um dos cartões postais do mundo.
Eliane Dias não é apenas uma política; é, antes de tudo, uma gestora técnica. Quem sabe essa não seja exatamente a oportunidade que Água Doce precisava para dar um salto de crescimento e acompanhar o progresso de municípios vizinhos, como Paulino Neves? Antes de sua emancipação, Paulino Neves era significativamente menos desenvolvido que o então povoado de Água Doce. Hoje, ostenta uma infraestrutura digna de cidade grande e se tornou uma referência regional em desenvolvimento econômico.
A história tem mostrado que gestores técnicos competentes são sempre bem-vindos na política. Um exemplo recente é Tarcísio de Freitas, atual governador de São Paulo. Sem nunca ter ocupado um cargo político antes, sua capacidade técnica tem conduzido o estado a avanços notáveis. Pesquisas recentes indicam que ele pode ser reeleito ainda no primeiro turno e, quem sabe, até disputar a presidência da República com grandes chances de vitória.
O mesmo princípio se aplica a Eliane Dias. Com conhecimento, planejamento e compromisso, sua gestão pode transformar Água Doce do Maranhão e colocá-la em um novo patamar de desenvolvimento.