
Hiorlando Marques é muito mais que um artesão, ele é um poeta da madeira, um escultor da imaginação. Morador da pacata Água Doce do Maranhão desde os dois anos, uma pequena vila de pescadores nos arredores do Delta do Parnaíba, Hiorlando encontrou na arte o caminho para transformar dor em beleza e simplicidade em grandiosidade. Sua história é uma celebração do talento, da superação e da criatividade que transcende fronteiras.

Ainda jovem, sua veia artística se manifestou através da música. Autodidata no violão, era um entusiasta das canções de Fernando Mendes, com as quais encantava amigos e familiares. Mas uma perda devastadora – a morte prematura de sua filha mais velha – mudou o rumo de sua vida. A música, que antes trazia alegria, tornou-se uma memória dolorosa. Contudo, foi nesse momento sombrio que a luz da criação renasceu em sua vida, e Hiorlando se descobriu artesão.
Troncos retorcidos, galhos esquecidos e madeira descartada passaram a ser o seu novo palco. Sob o olhar atento e as mãos habilidosas de Hiorlando, esses materiais ganhavam vida e se transformavam em criaturas fantásticas, habitando um universo mágico e surreal. Seu talento rapidamente se espalhou, e suas peças começaram a decorar pequenos comércios e casas de amigos, como verdadeiras relíquias.
Mas o destino reservava algo maior para Hiorlando. Em 2016, durante uma visita ao Delta do Parnaíba, a renomada curadora Paula Posta descobriu suas obras em um pequeno comércio. Encantada, visitou o artista em sua residência e se deparou com um acervo surpreendente, cuidadosamente guardado em uma capela em seu quintal. Ali, naquele santuário de criatividade, ela vislumbrou o futuro de Hiorlando.
Poucos meses depois, o artista fazia sua estreia no Instituto Vale, em São Luís do Maranhão, onde suas obras permaneceram em exibição por quase dois anos, encantando o público e ganhando destaque na TV Mirante, afiliada da Rede Globo. A trajetória ascendente continuou com exposições no salão do Anhembi, em São Paulo, e em Belém do Pará. A cada nova mostra, seu nome se consolidava no cenário artístico nacional.
Entretanto, em meio ao seu crescente sucesso, o mundo parou. A pandemia interrompeu temporariamente seus planos. Mas Hiorlando, como um verdadeiro artista resiliente, renasceu mais forte. Seu retorno triunfal aconteceu no dia 9 de maio de 2025, quando foi convidado para ser o artista principal da inauguração do salão de exposição no Parque Cultural Casa do Governador, em Vila Velha, Espírito Santo.

O evento, que contou com a presença do governador Renato Casagrande e da primeira-dama Virginia Casagrande, foi um marco em sua carreira. O casal se encantou com as obras de Hiorlando, verdadeiras esculturas que transformam madeira em vida. A exposição, intitulada “Quem Tem Medo do Bicho Pau?”, atraiu grande público e ganhou destaque na mídia local, consolidando Hiorlando como um dos grandes nomes do artesanato brasileiro.
Hoje, Hiorlando Marques não é apenas um artesão. Ele é um embaixador da arte que transcende o ordinário, um mestre que transforma o descartável em magnífico. Seu encontro com o governador do Espírito Santo não foi apenas um momento de prestígio; foi o reconhecimento de uma vida dedicada à criatividade e à beleza.

Com um futuro brilhante à sua frente e o apoio de admiradores em todo o Brasil, Hiorlando segue firme em sua jornada artística. Seu trabalho é um convite ao imaginário, uma prova viva de que a arte é capaz de transformar vidas. E a pergunta continua ecoando: Quem tem medo do Bicho Pau?